domingo, 3 de agosto de 2008

Duas vidas dedicadas ao Ballet - parte 15

Na apresentação de 1993, fiz “Papai Noel e sua Fábrica Maravilhosa”. Foi lindo!
Mandei fazer um cenário que era uma fábrica de brinquedos como se fosse dentro de uma rocha, Me lembro que meu marido e eu fizemos uma grande engrenagem ( tudo para o palco tem que ser grande senão não aparece) cheia de luzes que piscavam em seqüência dando a impressão de que a engrenagem estava em movimento. Nunca vou esquecer o trabalho que nos deu e as discussões que tivemos. Eu o ajudava, não entendia nada de eletricidade mas queria dar os meus palpites.....que as vezes dava certo.
Ficou linda!
Quando a cortina se abriu, a engrenagem trabalhando, ouvi um OH ! na platéia. Ficou realmente bonito todo o conjunto. Pena que tivemos que desmontar toda a engrenagem depois do espetáculo, pois não tínhamos como guardar uma coisa tão grande.
Neste ano fizemos a apresentação como um musical. Novamente, fiz as letras das musicas, e o play back foi feito pelo coral do Clube 6 de Janeiro. Eu fui o Papai Noel, cheia de espuma para ficar gordo e barrigudo, Tinha também os sete anões ( mandei fazer umas máscaras de espuma que ficaram belíssimas, grandes, iam até a cintura das alunas, a roupa muito colorida, o cinto passava pelos cotovelos, com os braços dobrados, então a impressão que dava era de cabeça grande e corpo pequeno. Ficou muito bom! Cada anão era o responsável por um setor de brinquedos e apresentava para o Papai Noel. Assim pudemos apresentar todas as modalidades de dança que tínhamos na escola. Nesta época entraram para o staf da academia o Alejandro Ahmed e a Malu Rabelo.
No final algumas alunas vestidas de “coroinhas” com uma túnica vermelha em cima de outra branca e com velas ( de pilha) nas mãos, vinham dos dois lados do palco, por cima de uma passarela e desciam por uma escadaria onde tinha um pinheiro de Natal iluminado, cantando um “poupouri”de músicas natalinas. Foi o máximo! Até eu chorei!
Foi uma das mais bonitas apresentações que fiz durante a faze amadora, sim, porque no ano seguinte, contratei um professor argentino, Oscar Recaldé, ele começou uma faze mais profissional, à medida que podíamos, é claro!
Em 1995, festejava-se os 100 anos do cinema, então fizemos a nossa apresentação em homenagem aos “Cem anos do Cinema” e à Walt Disney, mas na segunda parte do programa, o professor argentino, montou uma “Suíte”do ballet “O quebra-Nozes”. Eu não esperava que nossas alunas, nem mesmo as mais adiantadas, tivessem uma performance tão boa.
Foi emocionante! Primeiro ballet de repertório que apresentávamos! Mesmo sendo só uma Suíte. Chorei de emoção!
Mamãe se emocionou muito também. Em todos os espetáculos durante estes anos, ela ia nos bastidores, me dava um beijo e me incentivava, tinha muito orgulho de mim como seguidora de seu trabalho.E eu, muito orgulho dela!