domingo, 3 de agosto de 2008

Duas vidas dedicadas ao Ballet - parte 12

Em 1985, já estava com um bom staf de ótimos professores, além dos que já estavam no ano anterior, contratei mais a professora de Jazz , Jussara Terrats, a melhor na época, mas ficou conosco só dois anos ( depois foi para os USA, e nunca mais soube dela), o Mário tinha ido fazer uma tournée num transatlântico e nos deixou ( para sempre, soube que morreu de AIDS
alguns anos depois), para Ballet Moderno, a Sandra Meyer, e para os babys, a Patrícia Soares e a Ivana Bonomini.
Porém uma tragédia tinha acontecido no começo deste ano. Nossa querida aluna e uma das melhores, tinha falecido num acidente. Foi um choque muito grande, ela estava de partida para estudar ballet no teatro Guaira de Curitiba, foi uma perda irreparável, muito sofrida para todas nós.
Por sorte neste ano compramos uma filmadora e o espetáculo foi filmado, ( foi o primeiro, daí por diante filmamos todos) então temos a imagem dela, dançando, para sempre.
Nossa apresentação, neste ano de 1985, foi uma homenagem à ela, querida Fernanda Faria Moura. Se chamou “Corearte “.
Desde 1984, vínhamos tendo um número cada vez maior de alunas, sentimos necessidade de aumentar o espaço físico da escola, então compramos o terreno que ficava atrás de nossa casa, de frente para a avenida Rio Branco, e construímos um prédio de quatro andares, com salas de assoalho feito especiais para dança. Como trabalhei! Meu marido e eu é que fizemos as molduras dos espelhos, as divisórias dos banheiros. Até a confecção das barras teve a minha ajuda, pois a madeira era quadrada, para o carpinteiro transformá-la em roliça, eu segurava e ficava girando a madeira, para ficar por igual ( ele passava a enchó e depois a lixadeira elétrica ). Lembro que ficávamos algumas noites até de madrugada trabalhando com entusiasmo!
A necessidade de mais espaço era tanta, que mesmo em construção, com madeiras tapando as janelas, tendo que passar por entulhos de construção,..... mesmo assim tínhamos bastante alunas, ninguém se importava, estavam todos esperando o término da obra. Os ensaios para a apresentação foram nestas condições. Inauguramos o prédio quase no final de 87.
No ano de 1987, apresentamos o espetáculo “Dançar é Viver”,. Fizemos como um musical americano, com uma grande e larga escadaria no centro do palco, para onde convergiam duas passarelas que vinham desde as coxias, uma de cada lado. Passei quatro meses enrrugando papel celofane furta-cor e colando em folhas de papel craft que antes pintei de branco, para colar nas passarelas e nos espelhos da escadaria, para dar a sensação de vidro. Enquanto eu estava fazendo o trabalho, em cima de uma mesa, a luz incidia de cima nas tiras já prontas ( eu trabalhava a noite) ficava lindo, mas no palco, as tiras ficavam na vertical, a luz vinha de cima, não deu o efeito que eu esperava. E deu tanto trabalho!
Teve um episódio engraçado nesta apresentação, eu tinha feito um cartaz bem grande, com letras pintadas e depois colado purpurina para brilhar, com os dizeres “ DANÇAR É VIVER” e outro com “FIM” para fazer como no final dos filmes.
O contra regras deveria descer o cartaz com o nome do espetáculo, na hora que as meninas da primeira dança, um sapateado, vestidas com fraque e cartola corressem para a escadaria e fizessem um gesto tirando a cartola como que cumprimentando. Ele se enganou e desceu o “FIM’
Foi cômico, ligeiro ele se deu conta e arrumou a situação, no final ele não errou. Foi muito bonita! Foi um ano de muitas alunas, acho que mais de quinhentas!
Até aí continuava com a Ana Cristina, a Ivana, minha nora Maria Lucia, entrou também para o staff da academia nesta época, dando aulas de baby-class. Contratei novo professor de Jazz, o José Luiz, era de Santos, por sinal muito bom professor. Foi a época que sobressaímos no Jazz, ganhamos alguns prêmios. Pena que ele ficou tão pouco na academia, voltou para Santos em 1988. Neste ano começamos o curso de Manequim, com a Pata, que durou muitos anos de sucesso.