domingo, 3 de agosto de 2008

Duas vidas dedicadas ao Ballet - parte 11

Em 1982, nasceram meus primeiros netos, um menino, o Sunshine, em setembro e uma menina, a Gabriela, em dezembro, e eu queria poder curtir um pouco a sensação de ser avó, então resolvi parar com a escola.
Mas foi uma reação tão grande contra, as mães fizeram um discurso pedindo que eu pensasse melhor, enfim, até meus filhos (eu tenho seis homens) pediram que eu não fechasse a escola. Continuei! Não dá de curtir os netos, quem sabe os bisnetos?
No ano seguinte, 1984, resolvi fazer nova apresentação, ( até aí eram feitas de dois em dois anos). Fiz o “Viva o Circo!”- foi tão bonita que eu mesma não acreditava.
Claro que tive a ajuda dos professores, já tinha mais professoras de clássico, a Ana Cristina Maiguè, Mônica e Catharina Coimbra ( filhas da Bila DÁvila Coimbra,uma grande mestra de ballet) e de um grande professor, amigo, Mário de Pinna, que dava aulas de ginástica e Jazz. Este professor fez história. Era bonito ( porém gay- que desperdício! ), algumas alunas eram completamente apaixonadas por ele. Foi até engraçado!
Meu marido sempre me auxiliou muito, e neste ano, fizemos o cenário parecendo um circo, com a lona de plástico vermelho, amarelo e azulão, e um picadeiro, tudo feito em casa.
Lembro-me que no dia do ensaio geral, estávamos armando o cenário, (as tiras enormes de plástico, porquê o teatro é muito alto) os canos de água de 32 pvc, em círculo, pendurados, um menor no alto e um círculo bem maior mais abaixo, onde prendíamos as tiras de plástico.
O círculo maior não ficava direito, sempre se retorcia. Os professores que estavam nos ajudando já estavam ficando desanimados, sentados no meio do palco sem saber o que fazer. Aí meu marido teve a idéia que deu certo! Arrumamos tudo, e o espetáculo foi um grande sucesso!
Todos adoraram, foi diferente. Era um circo, com os montadores ( Jazz), o apresentador,( o Mário),estava ótimo, parecia mesmo do circo e junto com a Jaqueline Zanella que fazia o Palhaço, foram excelentes! Cachorrinhos amestrados, leõezinhos e a domadora, pôneis, equilibristas, trapezistas, palhaços e tudo o mais.
Porém no ensaio geral, foi um horror, nada dava certo! Foi tão terrível! Meu marido me criticou tanto! Dizia que o espetáculo ia ser um fracasso total!
Para piorar as coisas, a costureira não tinha acabado algumas fantasias para o ensaio geral ( eu sempre fazia o ensaio geral já com fantasias) Aquela noite foi infernal para mim. Mas mamãe sempre falava que quando o ensaio geral é ruim, o espetáculo sai bom. E assim foi! A costureira chegou a tempo, e deu tudo certo!
Foi realmente bonito! Lindo! Diferente!