domingo, 3 de agosto de 2008

Duas vidas dedicadas ao Ballet - parte 10

Minha estréia como responsável pela escola, não foi muito boa!
Quando assumi a direção da escola, a transformei em academia, contratei um professor de ballet clássico, professores de Jazz e de ginástica. Este professor de clássico, o Eduardo Nunes, era do Teatro Municipal do Rio, ele era um dos 22 bailarinos que a Dalal Achkar, dispensou.
Era muito bom, no princípio, mas depois me incomodou tanto, tanto, que só descansei quando senti que o ônibus dele já deveria estar por Joinville, e mesmo assim ainda tinha medo que ele voltasse! Eu não tinha experiência em lidar com professores homens, aprendi do modo difícil !
Em julho de 1982, papai faleceu, foi um ano muito triste para mim.
No ano seguinte, 1983, pedi a pauta do TAC como sempre, bem cedo, no começo do ano, pois era muito solicitado. Neste tempo o teatro do CIC estava recém inaugurado.
Uma outra professora de ballet que tinha na época, Sandra Nolla (uma ótima professora ), pediu também, e a direção do teatro concedeu, por coincidência, os mesmos dias que nós tínhamos solicitado, para ela. Então provei que o meu pedido tinha sido bem anterior ao dela.
Eles não tiveram outro jeito senão me ceder o novo teatro. Assim, quase que inauguramos o CIC. Foi ótimo! Teatro novo, grande, muito maior que o TAC, mas isto nos trouxe um transtorno. Eu tinha feito o cenário para um teatro menor (eu que pintei) de ultima hora tive que aumentar para um maior. E para piorar as coisas, eu estava realmente sozinha na parte de clássico, pois a professora que me ajudava com algumas turmas ( era do Rio e nunca tinha visto nossos espetáculos ) ficou com medo de se expor, achava que seria uma apresentaçãozinha de escola do interior, e desistiu quando começaram os ensaios. Aí foi difícil! Mamãe até achava que eu não devia continuar, mas eu sou teimosa e quis mostrar a esta professora que poderia fazer sem ela.
E fiz! Ela e a mãe, vieram me cumprimentar no final da primeira parte, que era de ballet, ficaram emocionadas, só tinham elogios, e arrependimento.
O espetáculo se chamou “Contando Estórias”( naquele tempo, na língua portuguesa, se escrevia história para a história geral que se aprende nas escolas, e estória para as de Fada, infantis, etc...)
A primeira parte foi a história da Bela Adormecida, como não tínhamos bailarinos, quem fez o príncipe e a bruxa, foi a Jaqueline Zanella que me ajudava com algumas turmas, e na segunda parte, um Divertissement, intercalando números de ballet e Jazz ( que na época era moda ), as professoras eram a Juliana Santiago e a Andréa Bergalo. Introduzi também curso de teatro na academia, mas não deu certo, mais tarde tentei de novo, mas também não deu.
Eu quase morria a cada ensaio geral, mamãe me fazia muita falta!