segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Album de Família apresenta: A atribulada vida artística dos idos 50/60


por Beto Stodieck


Noites e noches sem pregar os olhos. Olhitos mucho borrados. Muchos borrados pelos salões. Muita e muitas anáguas postas, superpostas. "Sem paletó e gravata não entra", diziam nas portas. O que fazer? "E a carteirinha?" "Não, essa não vale, é falsificada". Todos os artifícios eram válidos para entrar nos clubes e cinemas, onde eram apresentados os espetáculos que faziam o "show business" ilhéu.
Os espetáculos variavam, se bem que o gosto era pra todos. A frequência de um era a de outro. a gente tanto via uma moçoila, um mancebo, um cavalheiro ou uma dama num "show" do Celso Pamplona quanto com o ouvido grudado ao radio chorando com o "Direito de Nascer" ou ainda se deliciando com o Corpo de Baile da Dona Albertina Ganzo. Tudo era válido, motivo prá sair de casa. Aliás, "pé na rua" é coisa típica do ilhéu. Os locais de apresentação também variavam. Tanto podia ser o Cine Odeon, o Cine Ritz, como o antigo Doze ou os modernosos salões do Lira Tênis Clube. Me lembro que uma vez assisti uma apresentação das alunas da Dona Albertina na FAC. Lucinha d'Avila era a estrela. Me lembro como se fosse hoje.

Jornal de Santa Catarina, 12 e 13 de agosto de 1973